Importância da fotossíntese corticular para o desenvolvimento e formação da madeira de eucalipto

Publicado em: 18/04/2025.

Em sua dissertação, a Bióloga Daniele Cristine de Lima Bononi, do Programa de Pós-graduação  em Genética e Melhoramento de Plantas, desenvolveu a pesquisa intitulada “Importância da fotossíntese corticular para o desenvolvimento e formação da madeira (xilogênese) de Eucalyptus grandis”, sob orientação do Prof. Carlos Alberto Labate, docente da ESALQ/USP e do Programa SolloAgro.

Imagem: Daniele Cristine de Lima Bononi.

Em sua dissertação, Daniele destaca que o gênero Eucalyptus é o principal cultivo florestal para fins comerciais no Brasil. 

No entanto, embora seja relevante de forma econômica e industrial, há uma lacuna no conhecimento sobre a biologia da casca do eucalipto e sua influência na formação da madeira. 

A casca se desenvolve rapidamente, o que levanta questões sobre sua fisiologia, bioquímica e regulação genética durante a xilogênese, processo de formação do xilema – tecido responsável pelo transporte de água e nutrientes.

Daniele explica que a fotossíntese da casca pode desempenhar um papel fundamental no metabolismo respiratório das células xilemáticas. 

Com isso, a bióloga destacou a importância do entendimento do metabolismo da casca para formação da madeira e o rápido crescimento do eucalipto.

Imagem: Descrição anatômica dos vários tecidos envolvidos na formação da casca (floema) e madeira. Fonte: Cernusak e Cheesman, New Phytologist (2015), adaptado por Daniele Cristine de Lima Bononi.

Na pesquisa, foram empregadas as abordagens de proteômica e metabolômica com o intuito de identificar bases moleculares associadas a características relevantes para o melhoramento genético da espécie. 
O principal objetivo consistiu em comparar os perfis proteico e metabólico entre os tecidos de casca e xilema de Eucalyptus grandis, nas idades de 4 e 12 anos, além de analisar a dispersão e a distribuição de cloroplastos nesses tecidos.

Imagem: Procedimento de coleta da região cambial (casca) de árvores de Eucalyptus grandis. Fonte: Celedon et al., 2007, adaptado por Daniele Cristine de Lima Bononi.

Para os cloroplastos, foi possível observar diferença significativa entre as idades de 4 e 12 anos, havendo maior abundância de cloroplastos em cascas de 4 anos. 

Quanto ao perfil proteico, foram identificadas 4.109 proteínas na casca, das quais 149 apresentaram diferença significativa. 

No xilema, foram detectadas 3.721 proteínas, sendo 357 significativamente alteradas. No perfil metabólico, foram identificados 61 metabólitos na casca e 64 no xilema.

Na casca mais jovem, foram detectadas duas subunidades da enzima Rubisco, o que indica um tecido com maior atividade fotossintética. 

Além disso, observou-se uma maior tendência de formação de piruvato pela via glicolítica, com elevada abundância de proteínas relacionadas a essa rota metabólica na casca de plantas com 4 anos de idade.

Em contrapartida, no xilema, verificou-se um desvio metabólico para a síntese de carboidratos, com maior acúmulo de metabólitos associados a essa rota aos 12 anos de idade.

Portanto, a análise de metabólitos e proteínas apresenta uma visão do metabolismo e da fisiologia do Eucalyptus grandis

Isso possibilita a identificação de genes e proteínas que podem ser modificados para desenvolver variedades com maior produtividade de madeira e celulose.

A Equipe SolloAgro parabeniza Daniele pela pesquisa!

Para conferir o trabalho completo, clique aqui!


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