Publicado em: 08/11/2024.
Imagem: Avaliação do solo. Fonte: Fabiano Bastos (Embrapa)
O risco da degradação do solo
A degradação do solo, em especial a erosão do solo, é um sério problema ambiental, que afeta diretamente a segurança alimentar e os ecossistemas globais.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), aproximadamente 24 bilhões de toneladas de solo fértil são perdidas anualmente devido à erosão.
Essa perda ameaça a capacidade de produzir alimentos e degrada áreas naturais, sendo que, cerca de 30% das terras agrícolas estão vulneráveis a erosão severa.
Erosão
Entre os principais problemas causados pela erosão dos solos estão: a perda de sua fertilidade; o assoreamento de rios e represas; a degradação de sua estrutura e a redução da infiltração de água.
A erosão também causa danos em infraestruturas como estradas e sistemas de drenagem, impacta na biodiversidade do solo, aumenta os custos agrícolas e contribui para a poluição de corpos d’água.
A erosão pode ocorrer de diferentes formas:
- Erosão laminar, em que a camada superficial do solo é removida de forma homogênea pelo impacto da chuva, expondo raízes e empobrecendo o solo;
- Erosão em sulcos, que se inicia com a concentração do escoamento de água, formando pequenas marcas no solo e canais que se intensificam com o tempo e;
- Voçorocas, que são sulcos mais profundos e largos formados pelo aumento do volume e velocidade das enxurradas, levando a perdas graves de solo.
Imagem: Voçoroca. Fonte: Alexander Silva de Resende (Embrapa)
As partículas de solo erodidas podem ser transportadas por longas distâncias, sendo depositadas em áreas próximas, como depressões, ou carregadas para cursos d’água.
Em bacias com relevo íngreme, até 60% do solo erodido pode ser levado a córregos, enquanto áreas mais planas tendem a reter a maior parte do material. Em média, apenas 5-10% do solo erodido chega ao mar, com o restante sendo acumulado em locais como represas e planícies fluviais.
Para combater a erosão, são recomendadas práticas de conservação do solo, como o sistema de plantio direto, o terraceamento e o uso de cobertura vegetal. Essas técnicas auxiliam na retenção da umidade, melhoram a estrutura do solo e promovem a infiltração de água, aumentando a fertilidade e reduzindo os efeitos do escoamento.
Compactação
Além da erosão, o solo também está sujeito a compactação, que consiste na compressão das partículas do solo, alterando sua estrutura física e a dinâmica de penetração da água.
Esse fenômeno reduz o rendimento das lavouras e o desenvolvimento das raízes, e pode ser causada por pisoteio de rebanhos, cobertura insuficiente do solo por vegetação natural ou máquinas agrícolas pesadas.
Imagem: Representação esquemática de compactação do solo. Fonte: Embrapa.
Para a redução da compactação, é indicado o uso de práticas conservacionistas. Entre elas, utilização de equipamentos com pneus de baixa pressão ou esteiras para melhor distribuição do peso.
Além disso, é essencial a implementação de práticas de manejo que minimizem o tráfego em áreas agrícolas. Dessa forma, é possível preservar a estrutura do solo e manter sua capacidade agrícola.
A conservação do solo é essencial para garantir a sustentabilidade agrícola, a segurança alimentar e a proteção dos ecossistemas. Além de ser fundamental para manter a produtividade a longo prazo, ainda ajuda a mitigar os efeitos negativos da atividade agrícola no ambiente e restaurar os serviços ecossistêmicos.
Referências:
Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura. Status of the World’s Soil Resources: Main Report. 2015.
HERNANI, L. C.; FREITAS, P. L. de; PRUSKI, F. F.; MARIA, I. C. de; CASTRO FILHO, C. de; LANDERS, J. N. A erosão e seu impacto. 2002.
Erosão causa prejuízos econômicos e ambientais no Paraná. 2018. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/36905812/erosao-causa-prejuizos-economicos-e-ambientais-no-parana
*Texto de autoria da Equipe de Conteúdo do SolloAgro.
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