Pesquisa realizada na ESALQ/USP

Publicado em: 21/03/2025.

Para obtenção do título de Mestre em Ciências na área de concentração Solos e Nutrição de Plantas, Alberto Vinicius Sousa Rocha elaborou a pesquisa intitulada “Microbial necromass, carbon and agriculture: combining living and dead microbed to reveal carbon dynamics under agroforestry in the amazon” (em português: Necromassa microbiana, carbono e agricultura: combinando microrganismos vivos e mortos para revelar a dinâmica do carbono sob agroflorestas na Amazônia), sob orientação do Prof. Fernando Dini Andreote, docente da ESALQ/USP e do Programa SolloAgro.

Imagem: Alberto Vinicius Sousa Rocha

O papel dos microrganismos do solo no acúmulo de carbono

Os microrganismos do solo atuam como mediadores e contribuem para o acúmulo de carbono orgânico do solo (COS) por meio da necromassa microbiana (massa de microrganismos mortos).

No entanto, fatores como clima, uso de terra e características dos microrganismos, como atividade e diversidade, influenciam os ciclos de vida e morte desses organismos e, consequentemente, o acúmulo de carbono (C) derivado deles, especialmente nas regiões tropicais.

Objetivo do pesquisador

Com o objetivo de investigar os impactos do uso da terra, da profundidade do solo e sazonalidade na atividade enzimática extracelular e no reservatório de C da necromassa microbiana, foram analisados dois tipos diferentes de manejo agrícola do cultivo de dendê (Elais guineensis) na Amazônia brasileira.

  • Sistema agroflorestal: O primeiro corresponde a parcelas de dendê em um sistema agroflorestal (SAF);
  • Manejo convencional: O segundo, consiste em um sistema monocultural de dendê, seguindo o manejo convencional da agricultura.

Imagem: Mapa de localização dos locais do estudo contendo (i) cultivo de dendê em monocultura e (ii) sistema agroflorestal (SAF) com dendê como cultura principal.

Além disso, Vinicius também avaliou os conteúdos de carbono nas frações físicas da matéria orgânica do solo e a estrutura das comunidades bacterianas e fúngicas associadas a cada tipo de uso da terra.

Os resultados

Os resultados demonstraram que a adoção do SAF, baseado na diversificação da cobertura do solo, aumenta significativamente as frações físicas de matéria orgânica no solo, e a atividade de enzimas relacionada aos ciclos do carbono em comparação com a agricultura convencional ao longo do perfil vertical do solo.

Imagem: Organização estrutural do sistema agroflorestal (SAF) adotado, que incorporou as culturas dendê, cacau, açaí e outras árvores florestais.

Vinicius concluiu que o uso do SAF também promoveu um aumento no conteúdo de necromassa fúngica e total, com predominância da necromassa fúngica.

Além disso, a composição, riqueza e diversidade de comunidades microbianas (bactérias e fungos) foram estruturadas de acordo com o uso do solo, exercendo efeitos importantes no funcionamento do ecossistema.

A conclusão com a pesquisa

As descobertas ressaltaram um papel crítico da cobertura da terra na dinâmica do carbono do solo, e destacam o efeito da agrofloresta na promoção do carbono total e de formas funcionalmente distintas de carbono na matéria orgânica.

Além disso, fornecem as primeiras percepções sobre os caminhos do acúmulo de carbono de necromassa em sistemas agrícolas na Amazônia brasileira.

A Equipe SolloAgro parabeniza pela pesquisa!

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