Publicado em: 02/05/2025.
Entenda como os aditivos atuam para potencializar as formulações agrícolas e industriais.
Os aditivos desempenham um papel fundamental na eficácia e estabilidade das formulações agroquímicas.
Eles são responsáveis por garantir que os ingredientes ativos sejam distribuídos de maneira uniforme, permaneçam estáveis durante o armazenamento e apresentem desempenho consistente durante a aplicação.
Além disso, os aditivos podem melhorar a compatibilidade entre diferentes componentes da formulação e facilitar a aplicação do produto no campo.
O mercado global de aditivos agroquímicos tem mostrado crescimento significativo nos últimos anos.
De acordo com a Mordor Intelligence, o mercado global de aditivos deverá atingir US$ 184,02 bilhões até 2030.
Esse aumento é impulsionado pela crescente demanda por produtos agrícolas mais eficientes e sustentáveis, bem como pela necessidade de atender às regulamentações ambientais mais rigorosas.
Diante desse cenário, é necessário compreender o papel dos aditivos na eficiência das formulações agroquímicas.
Acompanhe nosso blog e saiba mais sobre o uso de aditivos na agricultura! Boa leitura.
O que são aditivos?
Aditivos são moléculas químicas incorporadas às formulações com o objetivo de estabilizar, compatibilizar e potencializar a ação dos ingredientes ativos.
De acordo com a Dra. Marta Kfouri, docente do SolloAgro e Coordenadora de Tecnologia Aplicada – América do Sul Agro, na Evonik, os aditivos compreendem todos os compostos químicos presentes em uma formulação, incluindo solventes e moléculas específicas que tornam os produtos viáveis para aplicação prática no campo.
Esses componentes desempenham funções, como:
- Aumentar a eficiência do princípio ativo, garantindo sua homogeneidade;
- Estabilizar a formulação durante o armazenamento e a aplicação;
- Atuar como adjuvantes, melhorando a performance dos demais produtos misturados;
- Assegurar a compatibilidade entre diferentes ingredientes da composição.
A presença adequada de aditivos é o que permite que uma formulação se mantenha funcional e segura até o momento de uso.
A indústria de aditivos tem avançado na substituição de matérias-primas derivadas do petróleo por fontes vegetais e naturais, refletindo uma adaptação importante ao novo perfil de mercado.
Imagem: Aditivos incorporados na formulação da calda, potencializando a eficiência da aplicação no campo. Fonte: Revista Cultivar (2024)
Principais tipos de aditivos e suas funções específicas
Dentro de uma formulação, os aditivos exercem funções complementares e indispensáveis para a estabilidade, aplicação e desempenho do produto.
Cada tipo de aditivo é desenvolvido para atuar em uma etapa ou característica específica da formulação.
Os solventes, por exemplo, são responsáveis por diluir os ingredientes ativos, o que permite sua distribuição uniforme na formulação.
Em alguns inseticidas do grupo dos piretroides, como a cipermetrina, solventes orgânicos como xileno, nafta ou óleo mineral são utilizados para diluir o ingrediente ativo, que é pouco solúvel em água.
Os surfactantes atuam na redução da tensão superficial. Em herbicidas à base de glifosato, eles são incorporados para melhorar a absorção foliar e a penetração do herbicida na planta.
Os estabilizantes têm a função de impedir a separação de fases e a sedimentação dos ingredientes ativos, enquanto os compatibilizantes são utilizados para garantir a integração de diferentes componentes na mesma formulação.
Os adjuvantes melhoram a eficácia dos produtos aplicados, potencializando a ação de princípios ativos.
Em aplicações de fungicidas sistêmicos, por exemplo, adjuvantes à base de óleos vegetais são adicionados para promover melhor aderência e maior penetração nas folhas.Aditivos reológicos controlam a viscosidade da formulação e evitam a sedimentação dos sólidos. Já os antiespumantes são adicionados para evitar a formação excessiva de espuma durante o preparo da calda de pulverização.
Imagem: Antiespumantes incorporados à calda para controlar a formação de espuma durante a formulação e a aplicação. Fonte: Laborsan (2024)
Em misturas que utilizam adjuvantes aniônicos, antiespumantes à base de silicone são empregados para facilitar o preparo da calda e reduzir o risco de transbordamentos.
Aditivos autorizados e proibidos
No Brasil, o uso de aditivos em produtos agrícolas, como fertilizantes, defensivos e bioinsumos, é regulamentado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
A Instrução Normativa nº 61, de 8 de julho de 2020, estabelece regras sobre definições, exigências, especificações, garantias, tolerâncias, registro, embalagem e rotulagem dos fertilizantes orgânicos e dos biofertilizantes destinados à agricultura.
A lista de aditivos autorizados inclui substâncias como ácido cítrico (acidificante), goma xantana (espessante e emulsificante), zeolita (adsorvente de micotoxinas) e vitaminas do complexo B (nutricionais).
Por outro lado, o MAPA proíbe o uso de certos aditivos considerados prejudiciais à saúde humana ou animal.
Por exemplo, no país é proibido a importação, fabricação e o uso das substâncias antimicrobianas, espiramicina e eritromicina, com finalidade de aditivo zootécnico.
Tendências tecnológicas no uso de aditivos
As tendências tecnológicas no uso de aditivos agrícolas refletem uma busca contínua por maior eficiência, sustentabilidade e compatibilidade com novas tecnologias.
- Aditivos de origem natural
Há uma crescente substituição de matérias-primas de origem fóssil por fontes vegetais e naturais na produção de aditivos.
Solventes, surfactantes e estabilizantes provenientes de extratos vegetais e óleos naturais são exemplos desses produtos.
O aumento do uso de biofertilizantes e produtos de controle biológico exige aditivos que garantam a estabilidade microbiológica e a viabilidade dos microrganismos durante o armazenamento e aplicação.
- Aditivos multifuncionais
A produção de aditivos que desempenham múltiplas funções, como estabilizar a formulação, aumentar a adesividade e melhorar a penetração no alvo, tem ganhado destaque.
Esse tipo de produto reduz o número de componentes na mistura e simplifica o processo de formulação.
Escolher bons aditivos, considerando as inovações disponíveis, faz toda a diferença para que uma formulação funcione bem no campo, com estabilidade, segurança e desempenho.
* Texto redigido pela Equipe SolloAgro
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