Consórcio de Culturas em Sistemas Integrados

Publicado em: 24/01/2025.

Imagem: Cultivo consorciado de coqueiro com gliricídia. Fonte: Embrapa

Os desafios da agricultura moderna

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 40% das terras globais estão degradadas.

O processo de degradação é causado principalmente por: desmatamento, poluição, uso excessivo do solo, manejo inadequado e mudanças climáticas.

Esta alteração prejudica a qualidade de vida dos seres vivos e, com o esgotamento de recursos, compromete a resiliência dos ecossistemas.

O crescimento populacional aumenta a demanda por alimentos e recursos, o que exige um aumento na produtividade e cria um dos maiores desafios da agricultura moderna: aumentar a produção sem intensificar a degradação ambiental.

Imagem: Sistema Integrado com árvores, pecuária e pastagem. Fonte: Embrapa

Sistemas integrados como estratégia

Os sistemas integrados são exemplos de estratégias sustentáveis que combinam diferentes elementos, como a produção agrícola, pecuária e/ou florestal em uma mesma propriedade.

Essa abordagem busca otimizar o uso do espaço e se beneficiar das relações entre os cultivos, o que pode resultar em aumento da produtividade e melhor uso dos recursos naturais.

Além disso, os sistemas integrados favorecem a diversificação da produção, gerando fontes adicionais de renda para os produtores e ajudando na redução dos riscos econômicos.

Um dos tipos mais utilizados de sistemas integrados é o consórcio de culturas, que consiste no cultivo de duas ou mais em um mesmo local de forma simultânea.

O uso de consórcio de culturas

Existem vários tipos de consórcio, mas em geral, são consorciadas culturas que se complementam e interagem naturalmente em aspectos físicos, químicos e biológicos.

Alguns dos benefícios são:

  • Manutenção da cobertura do solo;
  • Melhora a estrutura do solo;
  • Retenção da umidade;
  • Controle de plantas daninhas e doenças;
  • Redução da erosão;
  • Maior volume de raízes.

Imagem: Cultivo consorciado de milho e braquiária. Fonte: Embrapa.

No caso do milho + braquiária, um dos consórcios mais utilizados, os efeitos benéficos têm relação com a cobertura vegetal. O milho é colhido antes da braquiária crescer, o que protege o solo da erosão, e ainda promove cobertura morta.

Também é comum o consórcio do milho + feijão; neste caso, o milho se beneficia da fixação de nitrogênio no solo realizada pelas bactérias presentes nas raízes das leguminosas.

Outro exemplo de consórcio é o feijão + alface, em que a alface se beneficia do fornecimento de hidrogênio para o solo realizado pelo feijão, que resulta em uma economia de recursos e diminuição de fertilizantes.

Ao promover a diversidade e união entre diferentes atividades produtivas que se complementam, essa prática aumenta a produtividade e também contribui para a preservação do meio ambiente.

* Texto elaborado pela Equipe de Conteúdo do SolloAgro.

Confira artigos publicados por nossos docentes sobre o tema:

Bieluczyk, W., de Cássia Piccolo, M., Gonçalves, J. V. M., Pereira, M. G., Lambais, G. R., de Camargo, P. B., … & de Moraes, M. T. (2024). Fine root production and decomposition of integrated plants under intensified farming systems in Brazil. Rhizosphere, 31, 100930. Acesso aqui.

Oliveira, D. M., Santos, R. S., Chizzotti, F. H., Bretas, I. L., Franco, A. L., Lima, R. P., … & Cerri, C. E. (2024). Crop, livestock, and forestry integration to reconcile soil health, food production, and climate change mitigation in the Brazilian Cerrado: A review. Geoderma Regional, e00796. Acesso aqui.

Silva, L. J., Oliveira, D. M., Santos, R. S., Oliveira, P. A., Freitas, D. A., Cherubin, M. R., & Cerri, C. E. (2024). Soil carbon dynamics in integrated agricultural systems in Minas Gerais state, Brazil: A meta-analysis. Geoderma Regional, 36, e00761. Acesso aqui.

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