Agricultura Regenerativa como Estratégia para o Sequestro de Carbono

Publicado em: 10/01/2025.

Imagem: Manejo da cultura do milho em sistema plantio direto. Fonte: FEBRAPDP

O acúmulo de carbono na atmosfera

O carbono presente na atmosfera, liberado em grandes quantidades na queima de combustíveis fósseis, no desmatamento e nas práticas agropecuárias inadequadas, é um dos principais gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global.

Esse fenômeno aumenta a temperatura média da Terra, e gera consequências, como mudanças climáticas, desertificação, desequilíbrio de ecossistemas além de diversos eventos climáticos extremos que afetam a agricultura, como secas prolongadas, incêndios, ciclones, tornados e vendavais.

Diante desse cenário, ações focadas na redução e mitigação das consequências do aquecimento global tornam-se urgentes e essenciais.

Ações para o sequestro de carbono

O sequestro de carbono consiste em remover o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e armazená-lo em outros locais. Pode ocorrer de duas formas: natural e artificial.

Na natural, o carbono é capturado pela vegetação, solos e oceanos, e é armazenado por meio de processos biológicos e físicos. As plantas, por exemplo, capturam CO2 durante a fotossíntese e armazenam em suas raízes, troncos e folhas, e também no solo.

No sequestro de carbono artificial, são utilizadas tecnologias que capturam o carbono diretamente das emissões industriais.

Imagem: Tecnologia para sequestro de carbono. Fonte: ClimeWorks

Embora as tecnologias artificiais de captura de carbono sejam promissoras, por exigirem complexa infraestrutura e grande consumo de energia, estas apresentam altos custos de implementação e operação.

Enquanto isso, a adoção de métodos de sequestro de carbono de forma natural é mais econômica e contribui na recuperação de serviços ambientais essenciais.

Atuação da agricultura regenerativa

Uma opção para o sequestro de carbono natural é a agricultura regenerativa, que consiste em um conjunto de práticas que busca melhorar a saúde do solo, produzir alimentos nutritivos, preservar a biodiversidade e ainda é capaz de sequestrar CO2.

Algumas das práticas realizadas na agricultura regenerativa são:

  • Plantio direto;
  • Rotação de culturas;
  • Redução do uso de fertilizantes e defensivos.

O plantio direto consiste na semeadura das culturas sem o revolvimento do solo, o que reduz a erosão, melhora a estrutura do solo e aumenta a retenção de água e de nutrientes.

Além disso, ao eliminar o revolvimento do solo, o sistema de plantio direto contribui significativamente para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, impedindo a liberação do carbono que está armazenado no solo, mantendo-o retido.

Outra importante prática é a rotação de culturas, que alterna entre diferentes cultivos em uma área ao longo do tempo, técnica que, além de trazer diversos benefícios para a saúde do solo e produtividade, ainda contribui para a diversificação da matéria orgânica no solo.

Imagem: Esquema de agricultura regenerativa do Sistema Barreirão e Santa Fé. Fonte: Embrapa

Essas práticas desempenham um papel crucial no combate ao aquecimento global, sequestrando gases de efeito estufa de diversas maneiras.

Ao adotar a agricultura regenerativa, os agricultores, além de beneficiar sua produção, melhoram a qualidade do solo e contribuem para um ambiente mais saudável.

Para saber mais sobre o assunto, confira os artigos publicados por docentes do SolloAgro:

Cerri, Carlos Eduardo Pellegrino, et al. “Carbon farming in the Living Soils of the Americas.” Frontiers in Sustainable Food Systems 8 (2024). Acesso aqui.

Cherubin, Maurício Roberto, et al. “Carbon farming initiative: a national-scale public-private partnership to promote regenerative agriculture in Brazil.” Experimental Agriculture 60 (2024). Acesso aqui.

Sela, Shai, et al. “Towards a unified approach to prioritization of regenerative agricultural practices across cropping systems.” Sustainable Agriculture 2.1 (2024). Acesso aqui.

* Texto elaborado pela Equipe de Conteúdo do SolloAgro.

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